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Uma civilização submersa? O enigma da “cidade perdida” em Cuba

Redação CPlay/
06/12/2025, 12h02
/
5 min
imagem: ilustração gerada em IA
imagem: ilustração gerada em IA

Em 2001, uma descoberta feita por uma equipa de sondagem liderada pela engenheira marinha Paulina Zelitsky e seu marido Paul Weinzweig, da empresa canadiana Advanced Digital Communications (ADC), despertou fascínio ao sugerir a existência de uma possível cidade antiga sob as águas da costa da Península de Guanahacabibes, no extremo ocidental de Cuba — talvez uma civilização perdida.
Mais de vinte anos depois, o mistério permanece praticamente intacto.

A descoberta e o que foi encontrado

Durante uma missão de levantamento do fundo oceânico com sonar de alta precisão, os pesquisadores identificaram, a profundidades entre 600 e 800 metros, padrões geométricos incomuns:

  • Formas retangulares e circulares,

  • Blocos que pareciam talhados,

  • Alinhamentos regulares que evocavam ruas, praças e monumentos.

A área mapeada correspondia a cerca de 2 km² de supostas ruínas submersas.
Com base nas imagens, a equipa sugeriu que poderia se tratar de um grande centro urbano, possivelmente com mais de 6.000 anos — portanto anterior às pirâmides do Egito e ao desenvolvimento conhecido das civilizações mesoamericanas.

Segundo a Futura Sciences, as imagens obtidas por sonar eram tão simétricas e organizadas que “lembravam as pirâmides ou templos megalíticos de civilizações antigas”, reacendendo debates sobre civilizações pré-históricas ainda desconhecidas.

Se confirmadas como construções humanas, as implicações seriam extraordinárias: uma civilização antiga desaparecida, tragada pelo mar há milénios.

O ceticismo: natureza vs civilização

Apesar do entusiasmo inicial, a descoberta logo encontrou resistência académica.

1. Profundidade incompatível com presença humana conhecida

Para que as estruturas tivessem sido construídas em terra firme, seria necessária uma variação do nível do mar entre 650 e 800 metros — algo que, segundo especialistas, exigiria cerca de 50.000 anos.
E, segundo a arqueologia tradicional, não havia populações humanas capazes de construir cidades na região nessa época.

2. Formações naturais podem imitar arquitetura

A Futura Sciences explica que certos processos geológicos — como fraturas tectónicas, erosão, sedimentação e colunas basálticas — podem produzir figuras geométricas extremamente regulares.
É o caso, por exemplo, da Calçada dos Gigantes, na Irlanda.

Assim, não é impossível que o “paralelismo arquitetónico” detectado pelo sonar seja apenas uma ilusão.

3. Falta de material físico

Até hoje não foram recolhidas:

  • amostras de pedra,

  • artefactos,

  • restos orgânicos,

  • materiais passíveis de datação.

Ou seja: não existe nenhuma evidência direta de que ali existiu uma cidade construída por humanos.

Por essas razões, muitos investigadores classificam o achado como uma anomalia interessante, mas não conclusiva.

O silêncio após o anúncio e o declínio da investigação

Embora despertasse atenção mundial, a investigação rapidamente esfriou.

  • Uma expedição internacional prevista para 2002 foi cancelada por falta de financiamento.

  • Nenhuma missão oceanográfica de grande porte voltou ao local.

  • As instituições científicas não demonstraram interesse em avançar com análises profundas.

Sem verbas, sem pressão académica e sem consenso científico, o tema desapareceu do debate público.
A “cidade submersa” tornou-se um daqueles enigmas que se dissipam com o tempo — apesar de seu enorme potencial histórico.

O que diz a Futura Sciences: hipóteses alternativas ganham força

A publicação francesa aprofunda o tema ao comparar o achado de Cuba a outras formações submersas frequentemente confundidas com cidades antigas:

Yonaguni (Japão)

Uma estrutura submersa famosa por suas formas geométricas que lembram escadarias e plataformas.
Hoje, a maioria dos geólogos acredita que seja natural, apesar do apelo arqueológico.

Baía de Alexandria (Egito)

A antiga cidade de Heracleion, esta sim comprovadamente humana, foi encontrada submersa — mas a poucos metros da superfície, e não a 700 metros de profundidade.

Atlântida e mitos universais

A matéria lembra que civilizações perdidas são tema comum em várias culturas, mas reforça:
para além do mito, é necessária evidência física.

No caso cubano, ela nunca apareceu.

Novas vozes e esperanças recentes

Em 2025, com tecnologias como:

  • sonares multifeixe,

  • drones subaquáticos,

  • robôs ROV com braços de coleta,

  • mapeamento 3D de ultra-alta resolução,

o tema voltou ao radar.

Cientistas e divulgadores sugerem que uma nova expedição poderia finalmente resolver o mistério — fosse para confirmar construções humanas, fosse para provar que tudo não passa de um fenômeno geológico.

Entre lenda, ciência e especulação: por que este mistério importa

1. Revisita a cronologia da presença humana nas Américas

Se as estruturas forem artificiais, a história humana precisará ser reescrita.

2. Questiona modelos arqueológicos consolidados

Talvez existam civilizações ainda desconhecidas — ou perdidas — antes das que estudamos hoje.

3. Lembra o quanto os oceanos são inexplorados

Mais de 80% do fundo marinho permanece mapeado apenas de forma superficial.

4. Reacende a curiosidade científica

Mistérios não resolvidos são convites para avançar a ciência.

Mistério aberto — por enquanto

A história da suposta “cidade submersa de Cuba” permanece entre os mais intrigantes enigmas arqueológicos do século XXI.
Revelada com grande alarde, abandonada por falta de provas e retomada ocasionalmente por investigadores curiosos, ela vive entre três mundos:

  • A possibilidade científica,

  • A especulação popular,

  • E o silêncio das instituições.

Até que uma nova expedição recolha amostras físicas e realize análises rigorosas, continuaremos diante de três hipóteses:

  1. Ruínas de uma antiga cidade,
  2. Um espantoso fenômeno natural,
  3. Ou algo que ainda não sabemos interpretar.

Mas, talvez, o maior valor desse mistério seja lembrar que a Terra ainda guarda segredos profundos — literalmente.

Assista este video e tire suas próprias conclusões:

 

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